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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Pacientes de diabetes sofrem com atendimento irregular em Mesquita


Publicada por: Conecta Baixada
Programa está deixando assistidos temerosos com avanço da doença, que pode levar a morte
Foto: Lélio Neto/Conecta Baixada
Há seis meses, Tadeu Monteiro, de 59 anos, e Benedito Sampaio, de 69, convivem com uma rotina de incertezas e medo. Eles sofrem de diabetes e não conseguem receber do município de Mesquita as medicações necessárias para o controle da doença crônica, que pode levar à morte.
O drama vivenciado por Tadeu e Benedito se repete nas casas de outros pacientes de enfermidades crônicas que moram em Mesquita. Apesar de estarem cadastrados no Programa de Atendimento Especial a Diabéticos e Hipertensos (Hiperdia), muitos não conseguem ter acesso aos remédios. Nem mesmo as fitas de teste usadas no aparelho para medir os níveis de glicose no sangue dos pacientes têm sido entregues no posto médico da cidade.
E ainda há casos em que os pacientes estão sendo obrigados a devolver o medidor de glicemia. Foi o que aconteceu com Tadeu, que ao ir ao posto para tentar pegar insulina foi informado que deveria devolver o medidor.


“Entrego tudo para Deus, por isso que não temo a morte”, Tadeu Monteiro, 59 anos
Foto: Lélio Neto/Conecta Baixada
O aposentado acrescenta que deveria receber regularmente as fitas de medição, mas ao invés disso, a secretaria de Saúde do município passou a exigir o aparelho medidor de glicose de volta. “Recebi uma ligação do posto de saúde me informando que eu teria que levar. Não consigo marcar médico no posto, e com isso, pago um particular. Faço o que posso para me manter vivo: sigo a dieta e tomo os remédios que compro, mas eles dizem que não pertenço mais ao perfil porque não uso insulina. Só entrego tudo para Deus, por isso não temo mais a morte”, desabafou.
Com feridas nas pernas, que não cicatrizam por falta de tratamento, Benedito sente dores e não consegue dormir. Morador da Vila Emil, ele sofre de diabetes tipo 2. 


“Se não fosse minha mulher, já teriam amputado a minha perna”, Benedito Sampaio, 69 anos
Foto: Lélio Neto/Conecta Baixada

O aposentado reclama que o tratamento começou a demonstrar falhas no mês de janeiro, mas a distribuição do material foi interrompida em junho. “Eles não me deram mais a fita porque eu não uso insulina, mas a minha taxa glicêmica é completamente desregulada. Se não fosse minha mulher, já teriam amputado a minha perna, porque minha glicose dispara e eu não sinto”, contou.
O Hiperdia é um sistema de cadastramento de pacientes de hipertensão arterial e diabetes criado pelo Ministério da Saúde, com contrapartida dos municípios, para oferecer tratamento especializado aos doentes crônicos.
Alternativas naturais
Para driblar a falta de medicamentos, Tadeu cultivou uma Cissus sicyoides, planta conhecida como insulina vegetal, para diminuir a taxa de glicose. Já Benedito plantou uma horta com diversos tipos de vegetais nos fundos de sua casa para ajudar no sustento
da família.
Pacientes recadastrados
Funcionários de uma das unidades de atendimento da prefeitura informaram que o programa está passando por um processo de recadastramento e que os pacientes cortados não se enquadram no perfil exigido pelo Ministério da Saúde. Segundo eles, 70% dos diabéticos não se tratavam de forma adequada e chegaram ao posto com a doença em estágio agravado, como feridas e amputações.

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