As belezas naturais do Parque se tornaram inacessíveis à população. Num dos episódios mais sangrentos da guerra entre facções, sete corpos foram encontrados carbonizados na mata, em novembro. Em 2012, seis jovens foram mortos quando tomavam banho de cachoeira na região
Trilhas que cortam uma área de Mata Atlântica onde caberiam 1,8 mil campos do Maracanã, com animais silvestres, nascentes e uma cascata, o Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu (PNMNI), na Serra de Madureira, reserva florestal que se estende até Mesquita, na Baixada Fluminense, virou playground do tráfico. Na última semana, uma disputa entre integrantes de duas facções criminosas deixou um rastro de violência com corpos espalhados em meio a um córrego, contrastando com a paisagem e afugentando de vez os poucos visitantes do santuário ecológico, que passou a ser conhecido como a “serra do medo”.
Com acesso pela comunidade da Coréia, no pé da Serra, o Parque se tornou inacessível aos moradores da região e turistas. Uma equipe de reportagem do Conecta Baixada esteve no local na segunda-feira, 30 de novembro, e foi intimidada por cerca de 10 homens suspeitos. A equipe nem conseguiu chegar à guarita que dá acesso ao parque.
Procurados, os gestores do Parque, a cargo da Secretaria de Urbanismo, Habitação de Meio Ambiente de Nova Iguaçu, preferiram se manifestar através de Assessoria de Comunicação que, em nota, afirmou que “a informação de que trechos do parque estejam dominados por traficantes de drogas não é verdadeira. Não existe nenhuma ocupação ou domínio de traficantes dentro do Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu”. Ainda segundo a nota, a segurança dos 11 mil metros quadrados do PNMNI “é feita por 12 agentes patrimoniais e 8 guardas ambientais.” A prefeitura de Nova Iguaçu informou que a média de visitantes do parque é de mil pessoas por mês no verão.
Segundo o major Michel Vianna, do 20º BPM (Mesquita), uma equipe policial patrulha diariamente o Parque para tentar coibir a ação de criminosos que utilizam o espaço público como rota de fuga ou esconderijo. Ele ainda explica que duas equipes foram deslocadas para a comunidade da Coréia no início de novembro, quando traficantes de uma facção rival invadiram o local. “Temos cerca de dez homens trabalhando diariamente na Coréia; uma equipe é fixa e a outra faz rondas na comunidade e no interior do parque municipal. Estamos fazendo o possível para conter os impactos dessas guerras na população”, afirmou o major.
Problemas antigos
Os problemas com a violência não são novidade na Serra de Madureira. Em setembro de 2012 seis jovens foram assassinados quando tomavam banho de cachoeira.
Em julho, o corpo do chileno Leonel Brañas Muga, de 50 anos, funcionário da Prefeitura de Nova Iguaçu, foi encontrado esquartejado e carbonizado no parque. O chileno havia sido sequestrado na porta de casa, no bairro da Chatuba, 20 dias antes.
Para resgatar os restos mortais do chileno a polícia precisou montar uma grande operação, com participação de policiais militares, civis, bombeiros e homens do Exército.
Os problemas com a violência não são novidade na Serra de Madureira. Em setembro de 2012 seis jovens foram assassinados quando tomavam banho de cachoeira.
Em julho, o corpo do chileno Leonel Brañas Muga, de 50 anos, funcionário da Prefeitura de Nova Iguaçu, foi encontrado esquartejado e carbonizado no parque. O chileno havia sido sequestrado na porta de casa, no bairro da Chatuba, 20 dias antes.
Para resgatar os restos mortais do chileno a polícia precisou montar uma grande operação, com participação de policiais militares, civis, bombeiros e homens do Exército.
Tesouros
Além de remanescentes da Mata Atlântica, o Parque abriga valores históricos e culturais como a sede da Fazenda Dona Eugênia (conhecida atualmente como casarão, construído no final do século XIX, as ruínas do clube Dom Felipe, que funcionou até meados da década de 1960,uma área de ocupação quilombola e o vulcão de Nova Iguaçu.
Fonte: Conecta Baixada
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